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Com o sucesso de 'Vingadores'(2012) ficou óbvio o desafio quase impossível que a Marvel e Disney teriam pela frente: Superar um dos maiores filmes de super-heróis de todos os tempos, e ainda deixar uma base para a próxima fase de filmes da Casa das Idéias.

A cada pesquisa feita pelo mundo a fora, Era de Ultron assume o topo das listas como o blockbuster mais aguardado do ano. E isso é uma coisa boa? Bem, sim e não.

A última vez que um diretor se viu em uma situação semelhante com a Marvel foi Jon Favreau em "Homem de Ferro 2"(2010), e o diretor não conseguiu repetir o feito do ótimo "Homem de Ferro"(2008).

Vingadores:Era de Ultron começa eletrizante, já com muita ação onde nossos heróis tem a missão de recuperar o Cetro de Loki que está nas mãos da Hydra. O filme não precisa apresentar os personagens, pois já foram estabelecidos no primeiro filme e em seus filmes solos.  Neste início explosivo temos um plano sequência dos heróis em ação onde você tem a sensação de não estar vendo algo real, lembra um jogo de video game bem produzido, mas somente nessa cena, nada que atrapalhe o filme.

Eu vou dizer que as coisas que funcionam melhor para mim neste filme são os momentos humanos. Se o primeiro filme 'Avengers' foi sobre a construção da equipe, este é sobre desmoronar a equipe.


Tony está preocupado com a criação de robôs que possam fazer o trabalho do Homem de Ferro sem o homem dentro. O problema é que nenhum dos robôs são verdadeiramente capazes de pensamento ou julgamento, de modo que não pode ser a solução permanente que Tony está procurando. Com a ajuda de Bruce Banner, ele criou um robô de manutenção da paz, Ultron. Inconvenientemente, a máquina determinou para si mesmo que o único caminho para a humanidade sobreviver é ela ser aniquilada e, assim, a oportunidade de evoluir.

James Spader, empresta sua voz a Ultron. O ator é simplesmente magistral na interpretação do vilão, dando a máquina uma mistura perturbadora de frieza e crueldade.

Há uma tonelada de material em "Era de Ultron" para os fãs de cada um dos personagens desfrutar, desde os heróis aos vilões, as brincadeiras espirituosas (aqui todos tem seus momentos cômicos, até mesmo Ultron) e interação dos personagens. O roteirista e diretor Joss Whedon mostrou que sabe lidar com um grande numero de personagens na tela. Nisso ele trabalhou melhor que o primeiro filme onde Tony Stark e Capitão América tiveram um pouco mais de destaque que o resto do grupo, mas aqui Whedon conseguiu dar a mesma importância em tela para todos eles, inclusive o Gavião Arqueiro. Até mesmo o Visão(Paul Bethany simplesmente perfeito) quando entra em cena recebe o espaço merecido no filme, protagonizando ainda a cena mais hilária do filme(tão quanto a do Hulk com Loki no primeiro filme).


Um dos pontos altos do filme são os atos heróicos, momentos em que os heróis se desdobram para salvar civis. Senti falta disso no primeiro filme, e aqui temos de sobra. Heróis sendo heróis.

Há um destino de um personagem em particular, que deve inspirar um debate animado por um tempo, e que pode ser divertido.

Mas em Era de Ultron as cenas de ação podem ser desgastantes, elas não emocionam como no primeiro filme. Ao final fica clara a intenção de ser tão explosivo quanto o primeiro filme o que pode forçar os próximos filmes da Marvel adotarem uma “escala maior” para seus finais, o que pode prejudicar a história.

Se o final não tem a recompensa emocional do primeiro filme, isso é também porque Whedon tinha uma tarefa quase impossível,mas é inevitável que aqueles que procuram as mesmas emoções simples como o seu antecessor vai sair do cinema um pouco decepcionado.


Não se engane... "Vingadores: Era de Ultron" é ao mesmo tempo um melhor filme e uma sequência melhor do que "Homem de Ferro 2" foi para seu antecessor, mas eu acho que é claro neste ponto que, enquanto Marvel continua a construir um grande universo cinematográfico, existem certos obstáculos que eles vão continuar a enfrentar com os filmes.

Por mais que eu admire Whedon, estou feliz que Joe e Anthony Russo, que foram responsáveis pelo melhor filme da Marvel até o momento(Capitão América:O Soldado Invernal) irão assumir as próximas duas sequências dos Vingadores (Guerra Infinita parte 1 e 2), e estou ansioso para ver o que eles irão fazer. Em "Capitão América: Soldado Invernal" eles mostraram como fazer uma sequência de um filme baseado em histórias em quadrinhos.

Nota Final: 4/5


Lembro quando a Marvel anunciou Guardiões da Galáxia e a minha reação inicial foi:
"O que diabos Guardiões da Galáxia está fazendo nos planos da Marvel?"   
Eu conhecia pouco do material original e fiquei perplexo. Confesso que fiquei com os dois pés atrás, não levei fé que daria certo.

Mas quando foi divulgado o primeiro trailer do filme, tudo mudou. Era tão diferente de tudo que a Marvel já tinha feito antes que eu imediatamente me apaixonei e não podia esperar para ver. Mas no fundo me questionava: Poderia esta pequena brincadeira sci-fi bizarra(sério, tem um Guaxinim cara!!) com um elenco de personagens desconhecidos realmente funcionar?  A resposta é um sonoro "SIM". Guardiões da Galáxia não é apenas um filme bem feito baseado em quadrinhos , mas sim um filme excepcionalmente bem feito.

O aventureiro Peter Quill(Chris Pratt) rouba uma esfera pertencente ao poderoso vilão Ronan, e passa a ser procurado por vários caçadores de recompensas. Para escapar ao perigo, ele une forças com quatro personagens fora do sistema: Groot(Vin Diesel), Gamora (Zoe Saldana), Rocket Racoon (Bradley Cooper) e Drax, o Destruidor (Dave Bautista). Mas Quill descobre que a esfera roubada possui um poder capaz de mudar os rumos do universo, e logo o grupo deverá proteger o objeto para salvar o futuro da galáxia.


Se você acha que a Marvel trabalhou bem os personagens principais em "Os Vingadores", espere até ver "Guardiões da Galáxia". TODOS os cinco estão em destaque, TODOS são igualmente importantes, TODOS tem  momentos de emoção. Méritos para James Gunn, este filme não teria sido tão bom com outra pessoa no comando. Guardiões possui divertimento ininterrupto, onde até nos momentos de ação e tensão consegue arrancar risadas, ao mesmo tempo que surgem alguns momentos surpreendentes de emoção de seu grupo desorganizado de anti-heróis.

O elenco está muito bem sincronizado. Vin Diesel consegue com apenas três palavras conquistar toda a platéia. Mas posso falar que minha surpresa foi Davi Bautista como Drax,o destruidor. O ex-lutador de MMA mostrou muito talento na atuação do personagem. Os efeitos especiais estão ótimos, o nível técnico, é surpreendente.  Mas um dos principais destaques ficam com a trilha sonora, embalando as sequências do filme. Com músicas como "Hooked on a Feeling", "I Want You Back" entre outras famosas, não tem como o público não querer cantar (e dançar) junto.

Enfim, Guardiões da Galáxia é inteligente, engraçado e muito maravilhoso em seus próprios méritos. Este é o tipo de filme que faz você implorar pela sequência. Guardiões da Galáxia é um verdadeiro presente para os amantes de sci-fi/cinema/quadrinhos e diversão, principalmente diversão.

Nota Final: 4,5/5

PS.: Aguarde a cena pós-crédito. É ao mesmo tempo uma cena inútil,mas que você pensa:"Eu não acredito que vão fazer isso!! Que demais!!!"



(Esse texto foi o vencedor do Concurso Cultural do Adoro Cinema, sobre o filme: Planeta dos Macacos: O Confronto)

Entre medíocres (e em alguns casos:  abismais) remakes e reboots de clássicos da ficção científica, 'Rise of the Planet of the Apes"(Planetas dos Macacos:A Origem) foi um filme raro que se destacou. Pode se dizer que é um filme com cérebro e coração. Além de uma abordagem original para um material bem conhecido, o filme tem grandes efeitos visuais. Dito isto, 'A Origem'  praticamente perde a cor em comparação a sequência dirigida por Matt Reeves, 'Dawn of the Planet of the Apes'(Planeta dos Macacos:O Confronto). Posso dizer sem medo de errar: o filme é uma obra-prima da Ficção Científica.

A ousadia de "O Confronto", é não ser como os blockbusters dos dias atuais, onde o que importa é a ação desenfreada. Ele volta ao estilo do filme original de 1969(que pelo pouco recurso da época focou no roteiro), onde a história contada é tão importante quanto a ação.

Dez anos após os acontecimentos do primeiro filme, a raça humana está ameaçada. Uma doença, dizimou grande parte da população mundial. Sem energia elétrica, um grupo de sobreviventes liderados por Malcolm (Jason Clarke) precisará entrar na floresta dos chimpanzés para negociar com César (Andy Serkis) para tentar reativar uma usina localizada no território dos primatas.

Embora este filme envolva o início de uma guerra entre humanos e macacos, esta guerra poderia representar qualquer guerra entre dois clãs ou facções, com a diferença de ser ideológica, cultural ou ate mesmo pela cor de sua pele.

Um pouco mais lento que "A Origem" o filme mergulha no coração de questões que tem nos atormentado há séculos: Por que lutar uns contra os outros? Por que sair do nosso caminho para matar uns aos outros? Como estamos respeitando esse espaço territorial? Como é que as nossas ações dão origem a conflitos e nos levam a enfrentar nossos vizinhos? Nossa crise existencial parece ter nos consumido tanto que estamos sempre devastados pela guerra, sempre em conflito. "O Confronto" é um vislumbre do monstro dentro de nós mesmos. Um espelho para nossas ações no passado e no presente.


Com um ótimo roteiro, "O Confronto" enfeitiça do começo ao fim, desde a sua abertura, cheio de angústia ao seu espetacular clímax, cheio de ação.  Eu sou normalmente muito crítico em relação ao uso exagerado do CGI, mas o nível de habilidade exibida aqui, simplesmente tem que ser admirado. O CGI é absolutamente fenomenal, há cenas que são quase inteiramente em CGI(como os macacos caçando veados para alimentar a comunidade), mas tudo parece incrivelmente real e vivo. O design de produção dos diferentes ambientes também é  excepcional, outra coisa que separa a sequência do original de 2011, que foi menos fantástico.

O trabalho de Reeves e seu exército de artistas de efeitos visuais é excepcional, tanto em termos de realismo dos macacos e quanto do que é visto em todas as cenas. Mas o que é mais importante, não é apenas a qualidade dos próprios efeitos visuais, mas como efetivamente eles são usados ​​para contar a história de "O Confronto".

É bem claro desde o início que os macacos são os verdadeiros astros do filme, enquanto que os seres humanos são como antagonistas casuais. Os personagens humanos, interpretado por Jason Clarke, Gary Oldman, Kodi Smit-McPhee, Keri Russell e Kirk Acevedo, não acrescentam muito. Quando o foco do filme muda para o campo humano, é difícil manter o máximo interesse.

O desempenho surpreendente de Andy Serkis como César é de se questionar quando ele vai ganhar o merecido Oscar?


Essa nova franquia do "Planeta dos Macacos" tem potencial para se tornar uma daquelas trilogias raras como "O Senhor dos Anéis" ou a trilogia original "Star Wars". Espero que o terceiro filme possa reviver o título de "Battle for the Planet of the Apes"  porque isso é realmente o único rumo que a história pode ir a partir daqui.

Um sucessor, brilhantemente realizado para um reboot sólido da franquia. "Dawn of the Planet of the Apes" mostra o que pode ser feito quando um diretor talentoso, com um roteiro e elenco forte, cria um blockbuster de verão que não sente a necessidade de apelar para atingir o sucesso.

Ao escrever a resenha de "Transformers:A Era da Extinção" questionei: Será que a 'era da extinção' do título se refere a falta de bons roteiros e originalidade que paira Hollywood nos últimos anos?

"Planeta dos Macacos: O Confronto" me mostrou que não.

Nota Final: 4,5/5